UM JESUÍTA
CENSURADO
POR PORTUGAL
Giovanni Antonio ( João Antônio Andreoni ) que adotou o nome André João Antonil ( 1649 — 1716 ) foi um jesuíta italiano e historiador . Este religioso chegou a Salvador, na Capitania da Bahia, em 1681, aos 32 anos nunca mais tendo deixado a cidade, onde veio a falecer, em 1716 , aos 77 anos .
Em 1711 , Antonil publicou em Lisboa a obra “Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas”, considerada a melhor que se escreveu sobre as condições sociais e econômicas do Brasil no início do século XVIII.
Por que imediatamente a Coroa de Portugal censurou o livro ? O confisco foi rigoroso e os poucos exemplares que sobraram tornaram –se autênticas raridades bibliográficas .
Simplesmente porque na parte do livro de Antonil que aborda o Ciclo de Ouro da Colônia , há um relato riquíssimo sobre os estratégicos caminhos para as Minas, e minuciosos detalhes técnicos sobre a mineração ( localização , extração ) do ouro, . Certamente , Lisboa considerava esses dados como “segredos de Estado” e temia despertar a cobiça de outros países .
Antonil também denuncia as consequências negativas da descoberta do ouro nas Gerais , como a subida do preço das mercadorias tornadas raras no litoral por terem sido enviadas a Minas, aumento do preço dos escravos, ruína dos engenhos de açúcar pela falta de mão de obra escrava e principalmente a dissolução da ética e da moral, pois as pessoas passaram a querer enriquecer de qualquer forma cativadas e deslumbradas pela ilusão do ouro.
A importante e rica obra de Antonil só viria novamente à luz em 1837, quando foi integralmente reeditada, 126 anos mais tarde , no Rio de Janeiro.
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