quinta-feira, 14 de junho de 2012

A CASA DA MOEDA  



CLANDESTINA   DO



DO PARAOPEBA





Entre 1725 e 1731  funcionou no vale do Rio Paraopeba - na base da atual Serra da Moeda –  uma autêntica  Casa de Fundição  ilegal de barras e moedas de ouro.  A fundição produzia continuadamente  e ganhou fama pela qualidade do ouro empregado  e do fino acabamento das peças.


O Rio Paraopeba é um rio  do Estado de Minas Gerais e um dos principais afluentes do Rio São Francisco ; sua nascente está  no município de Cristiano Otoni e sua foz está na represa de Três Marias .

A fábrica ilegal do Paraopeba contava com o apoio do  próprio governador das Minas, D. Lourenço de Almeida (1721-1732).


Sob o comando de  Inácio José  de Souza Ferreira e de seu sócio Francisco Borges de Carvalho  na fundição clandestina de ouro trabalhavam cerca de 100 homens, ( brancos, negros, mulatos, mestiços ) de várias procedências  e profissões .

 As instalações da Fábrica contavam, além da própria casa de fundição, com casas de vivenda, cozinha, senzala, ferraria, carvoaria, olaria, engenho de pilões, ranchos de vigia, açude, pontes e uma igreja.


Os produtos contrabandeados através de uma organizada rede de descaminho   tomavam o destino  do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, de onde eram levados para Portugal e, em seguida, para o resto da Europa via Inglaterra e Holanda.


Denunciado pelo  cúmplice Francisco Borges de Carvalho, o empreendimento foi objeto de devassa e repressão que culminou na prisão de muitos dos implicados, alguns dos quais foram enviados para Lisboa.

A fábrica clandestina foi desbaratada pelo Ouvidor Geral Diogo Cotrim de Souza e a fundição ilegal encerrou suas operações em 1731 .

 D. Lourenço de Almeida retornou riquíssimo a Portugal , onde , em vez de ser punido , continuou desfrutando de cargos e de elevado “satus” social.

Já Inácio Ferreira ,  o chefe da fábrica, mofou na cadeia por vários anos ...

Da antiga Casa de Moeda ilegal  restam atualmente apenas vestígios de uma estrutura fortificada, diversos muros de pedras, além da Igreja de São Caetano.

Após o rumoroso episódio de sonegação fiscal e contrabando , nos idos  de 1732 , a Serra do Paraopeba passou a ser denominada “Serra da Moeda” .






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