AS AVENTURAS BRASILEIRAS DE SIR RICHARD BURTON
Capitão Sir Richard Francis Burton (1821 — 1890 ) foi um escritor, tradutor, linguista, geógrafo, poeta, antropólogo, orientalista, erudito, espadachim, explorador, agente secreto e diplomata britânico . Burton é considerado como o maior aventureiro de todos os tempos . Os palcos de suas mirabolantes aventuras foram a África, a Ásia e a América do Sul, com uma passagem pelo Brasil, que resultou numa inédita navegação pelo rio São Francisco até o mar e no acompanhamento dos combates da Guerra do Paraguai, ao lado do duque de Caxias. Richard Francis Burton já era uma celebridade internacional quando chegou com sua atraente esposa Isabel ao Brasil em 1865 , para servir como cônsul britânico na cidade de Santos (SP). Burton não gostou do ambiente social e cultural que viu na cidade litorânea e logo se mudou para a capital de São Paulo. Enquanto sua esposa tentava converter os escravos em católicos e ficava amiga da Marquesa de Santos -que havia sido amante do imperador D. Pedro I - Burton cuidava de redigir rotineiros relatórios consulares, tarefa bem entediante para ele, traduzir algumas obras para o inglês, como "Os Lusíadas", de Camões, e aprender as línguas indígenas brasileiras, como o tupi-guarani. Mas tudo aquilo era muito monótono demais para um dos maiores aventureiros de todos os tempos. Ele começou então a visitar o interior do país interessado em encontrar riquezas, como ouro e diamantes, ou caçando lendárias criaturas. Nessas aventuras acabou, como sempre acontecia com ele, fazendo descobertas e escavações arqueológicas em ruínas de tribos indígenas e antigos fortes portugueses. Numa de suas explorações em busca de ouro, acabou navegando por 2.000 quilômetros pelo rio São Francisco até o mar, algo que os nativos garantiam ser impossível de se fazer. A aventura durou um ano e ele registrou minuciosamente tudo o que encontrou pelo trajeto . Antes de deixar o país, Burton foi ver de perto a Guerra que o Brasil, Argentina e Uruguai ( Tríplice Aliança ) travavam contra o Paraguai, país que ele considerou "uma Esparta pele-vermelha", em função do heroísmo que seus soldados demonstravam. Apesar disso, o explorador britânico achava que os paraguaios formavam uma "uma nacionalidade obscura e paleolítica". Para ele, a culpa pelo atraso daquele povo eram os catequizadores jesuítas, que tinham criado um "despotismo religioso debilitante e embrutecedor". Burton passou um mês no campo de batalha ao lado do duque de Caxias, antes de seguir para Montevidéu, Buenos Aires e Lima. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário