CALVINISTAS
Villegagnon ( Nicolas Durand ) , (1510 – 1571 ), após ter erguido o Forte Coligny ,e avaliando a precariedade da sua posição, solicitou ao soberano francês o envio de três a quatro mil soldados profissionais, centenas de mulheres para se casarem no local e operários especializados para consolidar a conquista .
Entretanto, acirrando-se as lutas religiosas na França, e tendo Coligny se convertido à Reforma Protestante, começou – se a cogitar a França Antártica como um possível refúgio para os huguenotes .
Gaspard de Coligny ( 1519 -1572 ) foi um almirante francês ,influente estadista e e líder dos calvinistas franceses ( huguenotes ) , assassinado em Paris em 1572, durante o Massacre da Noite de São Bartolomeu
Estando o rei da França impossibilitado de enviar os recursos solicitados por Villegagnon , por falta de meios à época , Coligny solicitou a Genebra, reduto Calvinista, que levasse um grupo de Calvinistas ao Brasil, a fim de estudar a possibilidade de para ali transferir milhares de protestantes , perseguidos na França majoritariamente católica .
Foram, desse modo, indicados dois pastores e mais nove outros indivíduos foram aceitos no grupo, ao qual se juntou ainda Jean de Léry. Léry (1536 - 1613) foi um pastor, missionário e escritor francês e membro da igreja reformada de Genebra , autor de “ Viagem à Terra do Brasil”.
Os gastos correram por conta de Coligny e do próprio Villegagnon.
O grupo partiu da França a 19 de novembro de 1556, em três barcos, comandados por Bois-le-Compte e que transportavam , no total, cerca de 300 pessoas, inclusive cinco moças para se casarem no Brasil .
Sem poder abastecer-se nas Ilhas anárias , necessitaram assaltar navios portugueses e espanhóis para obter água e provisões, racionadas durante a viagem, marcada, de resto, pela indisciplina a bordo.
A 26 de fevereiro de 1557 os calvinistas chegavam à baía de Guanabara. Embora frustado com o modesto reforço, Villegagnon acolheu afavelmente os recém-chegados, tendo escrito a Calvino a carta de 31 de março de 1557, na qual expõe as suas dificuldades.
Não tardou , porém, a ocorrer grave enfrentamento religioso entre o almirante , católico e os pastores calvinistas sobre a interpretação correta da Eucaristia. O rompimento acabou sendo total e os calvinistas decidiram regressar à França pelo primeiro navio, uma velha nau , padecendo e quase morrendo de fome e sede na viagem (início de 1558 ) .
Ao chegar à França, demonstraram seu ódio à Villegagnon, espalhando calúnias de todo o gênero, e com tal veemência, que o prestigio do almirante ficou abalado.
Cansado de pedir reforços e dinheiro ao rei Henrique II, sem resultados e em 1559 , ele decidiu retornar a Paris para melhor se justificar pessoalmente , aproveitando seus excelentes contatos na Corte . Villegagnon deixou em seu lugar o sobrinho , Bois-le-Compte , à testa do forte Coligny ;ele , amargurado , jamais voltaria ao Brasil , falecendo em 1571 .
Quando os pastores calvinistas regressaram à França no início de 1558, Villegagnon dispunha apenas de oitenta homens, entre franceses e escoceses. Na ausência de Villegagnon , o estabelecimento foi destruído por forças portuguesas comandadas por Mem de Sá em 1560, tarefa concluída por Estácio de Sá , seu sobrinho , em 20 de janeiro de 1567 .
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