sexta-feira, 25 de maio de 2012

D.MARIA I , UMA SOFREDORA

D.MARIA  I  , UMA



SOFREDORA





Em 10 de fevereiro de 1792 , em documento assinado por dezessete médicos, D. Maria I ( 1734 – 1816 )  foi declarada incapaz de gerir o Reino de Portugal , sem  previsão de melhora em seu quadro mental .

Dom João , seu filho ( futuro D.João VI ) começou a governar  mas se mostrou relutante em assumir oficialmente as rédeas do poder,  o que fez apenas 7 anos mais tarde , quando se tornou  Príncipe Regente , em 13 de julho de 1799 .

Antes de 1792 ,  D.Maria I tinha apresentados nítidos   sintomas de desquilibrio mental.Em outubro de 1791 teve uma crise nervosa ,  mas em 1 de fevereiro de 1792  ao sair do teatro em Salvaterra , teve um acesso de loucura .

Dizia –se perseguida por demônios e seus gritos de terror eram ouvidos nas madrugadas frias do Palácio de Queluz. Obcecada com as penas eternas que o pai ( D.José I ) estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".

Em 1786  seu quadro mental mental se agravou com a morte do  marido D. Pedro III  e  em 1788 com o falecimento do filho , o príncipe herdeiro José , morto aos 26 anos . 

 Os atos  da Revolução Francesa,  causaram- lhe  perplexidade e horror , sobretudo  as execuções  de Luís XVI e de Maria Antonieta , na guilhotina ,  em 21 de janeiro de 1793. D.Maria temia que a nobreza européia tivesse  o mesmo fim .

Ainda em 1792 , para tratá-la veio de Londres o Dr Francis  Willis,  médico real de Jorge III, também louco . Willis exigiu honorários médicos de 20 mil libras esterlinas, equivalentes hoje ( 2012 ) a 1,1 milhão de libras ou 4 milhões de reais e mordomias mil , mas não curou a paciente ; de nada adiantaram os “remédios evacuantes”.



Em 1807, apesar de contrariada ,  embarcou com toda a Família Real para o Brasil, por ocasião da entrada dos franceses de Junot em Portugal. A pobre louca foi  levada à força e pelo caminho, no meio do povo, gritava de dentro da carruagem que a conduzia, que a queriam roubar e levar ao suplício .

Quando chegou ao Rio,  apreciava  passear pela cidade admirando sua deslumbrante a natureza , acompanhada por suas damas e visitando sobretudo  “Bica da Rainha”, construída em sua homenagem .

D. João VI , extremado filho , a visitava quase diariamente, e passava mais de duas horas em sua companhia, no prédio do antigo Convento das Carmelitas  ,sua residência no Rio .  

A pobre enferma ainda viveu no Brasil nove anos, sempre sem sair daquele infeliz estado, até que sucumbiu aos 82 anos.  



Alguns estudiosos atuais acreditam que os sintomas de D.Maria I  são compatíveis com os diagnósticos de  esquizofrenia e de psicose maníaco-depressiva .



Sua morte foi  dramática  : no dia 20 de março de 1816, a na frente de todos, atirou-se ao mar no cais da Praça XV,do Rio , conclamando a todos a nadar em retorno à sua terra querida - Portugal.


O seu corpo  foi trasladado  para Lisboa  e foi sepultado num suntuoso mausoléu na igreja da Estrela, que ela fundara.


2 comentários:

  1. A VDF ERA TÃO RUIM QUE ELA PREFERIU SE ATIRAR NO MAR A CONTINUAR ALI HAHAHAHAH

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  2. A altíssima consanguinidade entre aqueles "nobres" lhes trouxe sérios problemas físicos e mentais.

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