DE TIRADENTES
Avisado sobre a Devassa , Tiradentes , que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro , escondeu-se na casa de um amigo, mas descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis , foi preso .
Pouco antes de ser aprisionado deu uma cópia do um seu livro de cabeceira a um companheiro para que o levasse a Minas Gerais para ser lido e divulgado pelos outros inconfidentes .
Este exemplar havia sido levado ao Brasil em 1788 pelo também inconfidente José Alves Maciel que o adquirira em Birmingham , Inglaterra .
A conspiração foi desmantelada , traída por Joaquim Silvério dos Reis em 1789 , ano da Revolução Francesa .
O governador de Minas Gerais , Luís Antonio Furtado de Mendonça , visconde de Barbacena , mandou abrir, em junho de 1789, a sua Devassa .
Os réus foram acusados do crime de "lesa-majestade" segundo o Auto da Devassa da rainha D. Maria I de procurar por bens de um indivíduo que pudessem provar que o mesmo era um inconfidente (falta de fidelidade para com o rei ou, neste caso, a rainha).
O livro de cabeceira de Tiradentes entregue aos juízes do processo como peça acusatória , e considerado subversivo tinha por título :
“O Recueil des loix constitutives des Colonies Angloises Confédérées sous la
denomination d’Etats-Unis de la Amérique Septentrionale,
- uma tradução do inglês para o francês da Constituição dos Estados Unidos .
Graças à sua vitoriosa sublevação anticolonial, a América inglesa era uma referência, e os líderes do levante, Jefferson ,Washington e Franklin , eram admirados famosos e respeitados.
O texto em franês se explica porque dos quase 3.000.000 de habitantes da Colônia , talvez nem mesmo 100 tivessem algum conhecimento de inglês: tudo vinha diretamente da
França ou em francês . Apenas dois exemplares teriam chegado ao Brasil Colonial, sendo que apenas um sobreviveu e hoje é uma das raridades expostas no Museu da Inconfidência , em Ouro Preto .
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